Adotada em 2015 pela Organização das Nações Unidas, a Agenda 2030 convoca a comunidade internacional para a realização do desenvolvimento sustentável, identificando as diferentes dimensões – os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – para tanto indispensáveis. Ao fazê-lo, traça a visão aspiracional de um mundo mais centrado nas pessoas, por isso mais justo, mais pacífico, mais solidário.
Requerendo o compromisso de todos e uma firme vontade política, a Agenda tem como princípio orientador não deixar ninguém para trás, incorporando assim uma exigência de inclusão, essencial para assegurar a efetividade do seu cumprimento. Afinal, no mundo interdependente em que vivemos, não teremos desenvolvimento, paz e segurança, se o esforço não for coletivo e os resultados não beneficiarem o conjunto da humanidade. A atual situação de pandemia é disso bem ilustrativa: só estaremos protegidos e a salvo dos seus efeitos, quando todos o estiverem.
Resta-nos uma década para materializar as obrigações que subscrevemos em 2015, pelo que teremos de redobrar o nosso empenho, reforçar a vontade política e os mecanismos de mobilização do conjunto dos atores, que somos todos nós.
Precisamos do envolvimento dos diferentes níveis de governação, do local ao global, não esquecendo, bem entendido, o nacional e o regional. Porventura os municípios têm, nesta construção progressiva do desenvolvimento sustentável, o papel mais decisivo, pela sua proximidade às comunidades locais, na sua diversidade de cidadãos, escolas, empresas, associações, enfim, de todos aqueles que compõem a riqueza do seu tecido social, cultural e económico e contribuem para traçar o seu futuro.
Por tudo isto, saúdo todas as iniciativas dos municípios, no sentido da sensibilização dos cidadãos para a importância da Agenda 2030, que é afinal uma Agenda de sustentação da Paz.
Novembro 2020
Teresa Ribeiro
Antiga Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação
República Portuguesa
XXII Governo Constitucional